Eu sempre fui muito falante. Confesso que às vezes falei demais. Meu ex-marido tinha sempre uma crítica a fazer em nossas discussões e me acusava de eu não saber conversar, afinal, era sempre um monólogo: eu falando sem parar!
Fui aprendendo com o tempo a dar espaço pra ele e a gente conseguiu entrar num consenso de discussão. Mas, ainda assim, eu falava demais. Falava o que não devia, falava o que não queria.
E assim, segui. Não era só com o ex-marido que isso acontecia. Era com amigos, parentes, colegas de trabalho, alunos... A mania horrível de falar sem medir, de falar, falar, falar... E depois, era um arrependimento sem trégua: "- Mais uma vez, falei demais! Falei sem pensar... Desculpa..."
Nos últimos tempos, tenho trabalhado a minha calma.
Finalmente aprendi que a sabedoria está na capacidade de calar e não na de falar. Como no velho ditado: "boca fechada não entra mosca".
De forma geral, tem sido melhor mesmo. Gasto menos energia com discussões irrelevantes, com bate-bocas descabidos e brigas histéricas.
Isso já está tão bem inserido nas minhas atitudes que até pareço outra pessoa. E sou. Me sinto melhor, mais evoluída, mais preparada, mais madura...
Só há um porém: fico tão calada que, agora, me arrependo do que não disse...
* Foto de http://palavrasrabiscos.blogspot.com
4 comentários:
Legal, Luli, ver essa sua evolução. Eu nunca fui de falar muito (sou mais de escrever), e muitas vezes me arrependi de não ter dito algo que devia, de ter engolido sapo. Estou assim fazendo um caminho ao contrário do seu, tentando falar mais o que penso, sem medo de não ser mais gostada. Vamos ver se a gente se encontra no caminho do meio?
Lulipop:
em algum lugar do passado (xi!!) postei que procuro ouvir mais e falar menos. cada vez mais.
Eu tbm falo pelos cotovelos e assim como vc, coincidentemente, tbm tenho procurado ficar mais calada...
Veja vc que até meu horóscopo de hj me deu esse conselho. Pode?! :p
Beijos
Capitulino...
Muito bem. Também é o meu trabalho ou função nessa vida. Tô longe ainda de você. Tenho muito o que aprender a calar. Mas o pior é que, às vezes, me sinto exatamente assim, arrependida do que não falei.
Sempre digo que o equilibrio significará minha morte. Ou transmutação.
Parabéns.
Marie
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