quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Das coisas do coração

Eis que de repente me aprumei sentada na cama com a única intenção de falar do que eu sinto.
Nunca achei piegas falar de amor, escrever de e para o amor. Não acho feio fazer versos, apesar de não os saber fazer bem. E há quem duvide disso.
Mas é que neste momento não me entendo. Não sei o que se passa e nem porque o mundo continua girando, apesar de tudo.
Tenho tanto gostar em mim que nem sei por onde começar.
É como o primeiro pedaço do bolo de aniversário: tem sempre tanta gente com os olhos brilhando ao redor e esperando por ele que você, parado com o prato na mão, não sabe o que fazer com aquilo.
Sim. É difícil escolher. No impulso sou egoísta e, mesmo não gostando do bolo, tenho o ímpeto de que aquele primeiro seja o meu.
Nunca dá certo.
Se tenho um falha, é a de querer, com maestria, dividir.
Divido-me sempre.
Na metade, em 2/3, em 5, em 10, em milhões. E vou distribuindo os sentimentos com todos, inclusive, ou talvez principalmente, com quem não merece.
Quem sabe esse que não merece, seja o que mais precise e talvez isso explique eu não me importar em dividir?
E assim, vou ficando em pedaços, cada vez menores e me desmanchando em migalhas com tudo que sinto.
Me espalhando oras em felicidades profundas, oras em tristezas intensas, saio por ai, às pequenas partes de mim, abastecendo aos que se propuserem, seja lá com que intenção.
Quase nunca me sobra. E às vezes me falta.
Acho que os pedaços em que vou me transformando – e que vão ficando pra trás, me servem pra alguma coisa: se não for para alimentar o outro, ao menos vão marcar o caminho e me levar de volta pra casa.
Lá eu sei que posso me recompor.

Mas o mundo continua a girar.
E eu só queria que parassem com essa rotação nauseante. 

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Indignação é pouco...


Era uma vez...
Um casal que saiu do país em férias...
Ao voltarem, passaram pelo Free Shop de São Paulo para comprar maquiagem e perfumes. Como o tempo sobrava para o embarque, sentaram-se e colocaram suas compras na mala. Embarcaram. Esperando as malas chegarem, repararam que na esteira  havia muitas malas com o invólucro de papel plástico violado. Ué, pensaram! Essa embalagem não vale nada!
Quando chegaram em casa, viram que suas malas também tinham sido violadas e “revistadas”.
Uma com código de segurança e outra com cadeado comum, douradinho.
Foram roubados em uma correntinha de ouro com pingente, nova, outra correntinha de ouro com pingente de madrepérola, de uso constante, que teve o friso que circundava o pingente, arrancado, vários presentinhos de prata, roubados sem a menor cerimônia, com bastante tempo disponível e com conhecimento de causa. Só os objetos pequenos e de valor foram levados. Os que não interessavam, foram jogados de volta na mala.
O casal só esperou o nascer do dia para ir à Companhia Aérea dar queixa do ocorrido.
Lá foram informados que há avisos nos aeroportos de que não se deve levar jóias na mala e que assim sendo, não haveria ressarcimento nem tão pouco outras quaisquer providências!
Foram à Policia Federal para prestar queixa e tiveram a mesma resposta. Nada a fazer. Indicaram a Policia Civil.
Lá, fizeram um B.O. e saíram pensando: valeria a pena teimar em reclamar? Para quem? Infraero? Polícia Federal? Ao primeiro, nem foram. O segundo não quis nem saber. Por quê? Porque já sabe?   Mas deveria se interessar, porque assim como abrem e furtam coisas com agilidade e segurança, poderiam também colocar coisas. Ou não? Uma cocainazinha, uns oxizinhos e ali adiante assaltar o otário. Ou isso não aconteceria neste país?
E a Infraero? Não deveria saber que nas barbas de todos, alguns dos funcionários do setor de bagagem podem estar compartilhando dessa alta pilantragem?
E a Companhia Aérea? Por que não se responsabiliza pelo furto de jóias? E de cuecas, calcinhas, sapatos, ou outras coisinhas que não tiveram avisos de alerta, eles se responsabilizam?
Que país é esse, onde há avisos de que, se você levar jóias na mala, vai ser roubado, viu?
E  fica por isso mesmo? O que é isso minha gente? Que bando de cordeiros indo para o abate nós somos?
Ah, não fica por isso não.

Por: Tetê Facciolla