quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Para minha Companheira*

"De vez em quando escuto alguém me dizer:
- Pára com isso! é apenas um cão!!
Ou então:
- Mas é muito dinheiro para se gastar com ele! Ele é apenas um cão!
Essas pessoas não sabem do caminho percorrido, do tempo gasto ou dos custos que significam “apenas um cão”.
Muitos dos meus melhores momentos me foram trazidos por “apenas um cão”.
Por muitas horas em minha vida, minha única companhia era “apenas um cão”. E eu não me senti desprezado.
Muitas das minhas tristezas foram amenizadas por “apenas um cão”.
E naquele dias sombrios, o toque gentil de “apenas um cão” me deu conforto e motivo para seguir em frente.
E se você também é daqueles que pensam que ele é “apenas um cão”, com certeza deve entender bem expressões como “apenas um amigo” ou “apenas um nascer de sol”, “apenas uma promessa”...
“Apenas um cão” deu a minha vida a verdadeira essência da amizade, da confiança, da pura e irrestrita felicidade.
“Apenas um cão” faz aflorar a compaixão e paciência que fazem de mim uma pessoa melhor.
Por causa de “apenas um cão”, eu me levanto cedo, faço caminhadas e olho com mais amor para o futuro.
Porque pra mim, e pras pessoas que como eu, não se trata de “apenas um cão”, mas da incorporação de todos os sonhos e esperanças do futuro, das lembranças afetuosas do passado, da pura felicidade do momento presente.
“Apenas um cão” faz brotar o que há de bom em mim e dissolve meus pensamentos e as preocupações do meu dia.
Eu espero que, algum dia, as pessoas entendam que não é “apenas um cão”, mas aquilo que me torna mais humano e me permite não ser “apenas um homem”.
Então, da próxima vez que você escutar a frase “é apenas um cão”, apenas sorria para estas pessoas porque elas apenas não entendem..."





*Homenagem a minha Fanny que está a 14 dos seus 15 anos de vida aqui em casa e que agora, na sua velhice, mostra pra mim o quanto é importate e o quanto eu vou sentir sua falta depois de sua partida. Esteve internada 2 dias tomando soro, em substituição à hemodiálise dos humanos e provavelmente fará isto até o fim de seus dias em momentos cada vez menos espaçados.


Que não haja sofrimento, principalmente para ela...

2 comentários:

Maria Judith. disse...

Amei seu texto. Amo todos os animais, à honrosa exceção das baratas, e tibe o privilégio de conviver com minha cadelinha Kilim por quase 15 anos. Seus últimos dois anos foram difíceis, e enquanto ela era feliz fomos levando. Depois, quando os internamentos passaram a ser muito frequentes e ela perdeu a aleria, ajudei-a a partir. Decisão muito difícil, e que até hoje, cada vez que me lembro, sofro como se tivesse acontecido naquele momento. Minha grande companheira!
Entendo você perfeitamente, e compartilho de seus sentimentos.

LuizaFragomeni disse...

Até criança, depois de uma certa idade, aprende a maldade. Cachorro nunca. Pode até ser ensinado a ser mau, mas é muito mais condicionamento do que índole. O amor e a dedicação são incondicionais. Com certeza são os amigos com quem se pode contar sempre, dentro de suas vontades e personalidades, pois eles tem sim e as impõem pra nós.
Quando for a hora dela ir, a matriarca dos dogs Facciolla vai fazer falta, como fazem o seu Michael e o meu Floquinho.