"E, mais uma vez, escrevo pelo motivo que bem sabe: me expresso bem melhor assim.
Não. Esta não vai ser mais uma prolongada conversa pra trocar frapas ou para acusar disso ou daquilo. Nem mesmo para desculpas pelo que quer que seja.
Em verdade, a idéia inicial, confesso, foi de descontar minha raiva, dizer um monte de coisas das quais, tenho certeza, me arrependeria. No entanto, prefiro não me arrepender pelo que vou dizer:
Não era bem isso que eu havia planejado pra nós, mas aconteceu. A vida também é feita de desencontros, desentendimentos e destemperos. Falhas, todos temos.
As minhas muitas palavras, ainda que privadas de serem proferidas, tornaram-se poucas linhas desengonçadas, mal escritas e molhadas de lágrimas neste papel (mesmo que não seja de fato papel).
As despedidas são sempre doloridas e esta não poderia ser diferente. Sei o quanto dói em mim e imagino o que possa doer em você.
Deixemos as armas de lado. Despida totalmente de rancor, (re)sentimento e mágoa, queria mesmo agradecer. Prefiro mil vezes pensar no que foi bom do que no que não importa mais. E é por isso que agradeço por todos os momentos juntos, por todo o aprendizado, por todo o carinho dedicado, por cada gesto de amor.
Amor este que ainda está aceso, eu sinto. Mas tem que sermos nós dois a alimentá-lo, ou ele se apagará. Na falta de um, a tendencia, com o passar do tempo, é de que ele, o amor, deixe de existir.
Então, despeço-me desta história e de você, tomando a liberdade de lhe chamar, pela ultima vez, de meu Amor..."
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O que seriam dos recomeços se não fossem os finais?
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Em tempo: a questão não é se mereço, ou não, coisa melhor e sim se mereço, ou não, você.